1. |
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no meu dedo mindinho cresceu-me uma garra
mas q bem q ela agarra
e ela nao para de crescer
ja nem sei o q fazer
foi tudo depois do acidente
cai do escadote que nem gente
parecia um senil ou um demente
cai q nem um velhote
tropecei a subir o escadote
foi por cima do espelho
q cai cortei o braço direito e bem me fodi
senti q era o fim q levava tudo a eito
ainda bem q desmaiei para não sentir o efeito
quase rasguei a artéria foi mesmo coisa seria
cortei parte do nervo e fodi as obras do meu acervo
é verdade q as obras q fodi eram todas para ti
agora não tenho como te impressionar
perdi a forma de te cativar
desde esse dia nunca mais te vi
terei de acreditar q te perdi
se a garra do meu dedo mindinho
te chamasse a atenção e aparecesses de fininho
vinhas com o vestido de pavão o que usaste naquele verão
eu levantava-te a saia com a garra bem afiada
e tu nem ias dizer nada
e depois a minha mao subia
ate que de fora ja nada se via
era ai que a cena ardia
e então dava fumo dava lume dava lava ate ser dia
eu podia mostrar-te o q é arte
e podia mostrar-te a minha garra
ias ver como ela agarra
ias ver o q é uma boa farra
depois transformava-me em lobisomem
ias ver-me meio lobo meio homem
e terias de decidir qual deles te interessava
eu nunca iria conseguir ser os dois ou ser nada
teria de se revelar em qual dos dois me transformava
so ai tua ias saber se era possível amar
quem a tua frente ha muito tempo estava
mas que no fundo não sabias
de que matéria era feito quando o feitiço passasse
e ja não fosse sobre esse efeito que para mim olhavas
quando o que era de facto cruelmente se revelava
quem de facto todo o tempo a tua frente estava
mas tu não vias nada estavas sempre alucinada
a mesma luz forte q te encadeava
virada ao contrario apenas me iluminava
e cada detalhe do meu ser estava ali prontinho a ler
sem metáforas nem ornamentos
quase em formula matemática
e ai so não saberias se me querias porque tudo te alheava
de decidires com certeza e razão
se me querias dar a mao
e comigo continuar por ai a andar
mas desta vez sabendo que pra onde comigo ias
era de facto aquilo q querias
e para alem disso sabendo
que esse sitio era mesmo para onde eu te conduzia
numa quase estranha coincidência
de ser exactamente o mesmo que eu queria
ambos de plena consciência ou coincidente demência
mas isso de nada importava era pra aí que te levava
ou bem pelo contrario era para ai que me trazias
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2. |
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acho nao passas
de uma miúda mimada
mas cada mimo tu pagas
quando sentes q não és nada
sem os mimos q te dao
mas sabes porque razão
alguns te mimam assim
e pensas eles esperam de mim
alguma coisa em troca
não o fazem em vão
ficam com um trunfo na mão
que mesmo que nao usem
que na pratica nao disfruten
daquilo que esperam de ti
ficam a espreita perto de ti
pela primeira oportunidade
de um momento de verdade
aquele que tu receias
e que tanto anseias
que nunca venha a acontecer
porque sabe a dever
e aguarda cobrança
e chega um dia q avança
esse momento da verdade
e tu so pensas
é sempre assim
estão sempre a espera de algo de mim
que tu sentes como crueldade
da parte de quem tu cobra
e se chega te afoga
na tua realidade
na cruel verdade
a verdadeira razão
de quem sempre te da uma mao
a espera dessa troca
que mesmo q cedas não esgota
o verdadeiro motivo
de quem se diz teu amigo
mas de facto se sente
com o direito a mais que isso
e isso é permanente
essa estranha tensão
de quem te mente
se te diz que compreende
e so te quer ajudar
porque sabes so la estar
porque é uma forma de te amar
sem ser correspondido
mas com direito a um pedido
de algo mais perto
daquilo q o mais certo
é teres de ceder
para isso se manter
e tu deles dependes
e com isso te ofendes
na tua impossibilidade
de te desligares
dessa doentia dependencia
quase maior que a outra
que te mantém refém
sempre de alguém
que sabes bem o que quer
e esta sempre latente
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3. |
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4. |
Um Dia De Cada Vez
03:49
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5. |
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isso sim é um plano de vida
daquele genero que nos preenchia
para la do curto prazo
de ter um ordenado
um carro e uma miúda
e tratar de fazer um filho
que também farão aquilo
que os pais lhes ensinarem
a quem dizem para dinheiro ganharem
para ter um carro e um filho
e a mensagem lhes transmitirem
e evitar serem roubaros
pelo monte de bandidos
que nao passam duns estafermos
que são todos que os rodeiam
e se fecharem em casa
com dinheiro que ganharem
para comprar carros e casa
e com miúdas parecidas
cedo se casarem
para bem proteger
cada tostado que vier
do trabalho que fazem
e cagarem nos outros bandalhos
que vagueiam na noite escura e feia
que so pensam em roubar
o dinheiro que andaram a juntar
e ter medo de ser
outra coisa qualquer
que nao seja o emprego
a miuda o carro e a casa
que tem de sustentar´
e onde se podem fechar
para os estafermos
que pra ai andam
nao poderem la entrar
e os irem roubar
o dinheiro que ganharam
para o carro e a casa
ou pior ainda
as suas miúdas violar
e esses são todos os outros
que por ai andam a vaguear
que raio sejam a miúda com quem vivem
os filhos e os pais
e uns poucos amigos bem selecionados
com os seus próprios carros e casa
e respectivas mulheres
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6. |
Cactos Mortos Nas Dunas
06:01
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7. |
Trânsito
03:02
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que se foda
ja não posso mais com isto
é sempre a mesma merda
esta porra ja nao anda
anda tudo a empatar
anda tudo a ganhar
a fingir q esta andar
mas ta tudo parado
nesta foda do transito
que so nos empata
horas e horas da nossa vida
para aqui perdidas
a espera de chegar a algum lugar
e o tempo a passar
e é assim q o passamos
é assim que vivemos
todos os dia a espera
de chegar a algum lugar
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8. |
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9. |
Só Se For A Voar
06:14
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10. |
O Tempo Que Passa
11:15
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Garra Lisbon, Portugal
Garra é um dos projectos de Rui Valério neste caso com a premissa de produção de canções pop num sentido lato cantadas em Português. O projecto conta com a colaboração ocasional de Joana Galveias principalmente na escrita conjunta de algumas letras de músicas. Até ao momento o projecto apenas existe em streaming via Bandcamp não havendo a produção física de qualquer disco ou merchandising. ... more
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